quarta-feira, agosto 28, 2013


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          Uma das maiores dificuldades da filosofia foi encontrar a solução conciliatória entre essas duas doutrinas diametralmente opostas, cada qual com sua legião de adeptos e defensores ferrenhos. 

Os primeiros afirmam que tudo já está predeterminado e não existe liberdade de escolha, visto que até mesmo as escolhas já estão determinadas pelo destino. 

Os segundos dizem que não existe determinação e que temos total liberdade de escolha, sendo o destino moldado a cada instante a partir de nossas escolhas. 

Ambas as doutrinas têm seu fundo de verdade, e nenhuma delas contém a verdade absoluta. 

Juntamente com a questão do Ser e do Vir a Ser, a dialética do determinismo versus livre arbítrio é provavelmente a mais complexa questão da filosofia. 

A filosofia racional jamais solucionará esse problema. Trata-se de uma questão metafísica, situando-se, portanto, na esfera da intuição. 

A intuição de praticamente todos os sábios e pensadores da humanidade afirma que determinismo e livre arbítrio coexistem. 

Essa intuição traz para o campo da reflexão filosófica um novo tipo de problema: como dois princípios opostos podem coexistir, se a existência de um exclui a existência do outro? 

As grandes verdades do universo são sempre expressas através de um paradoxo, portanto não nos deveríamos surpreender de encontrar um paradoxo nessa questão. 

Ninguém jamais solucionou esse problema de forma cabal e, por isso, também não temos a pretensão de fazê-lo. 

O que pode ser feito é um exercício de reflexão que procure “cercar” o problema por todos os ângulos possíveis, deixando a solução para nosso nível intuitivo. 

Como o momento presente entendido como o Agora Eterno contém de forma compactada todo o passado e todo o futuro, torna-se compreensível que nossa vida seja uma repetição de nossa trilha percorrida no passado. 

Então, pode-se dizer que “tudo está determinado”, porque a trilha de nosso passado se desdobrará novamente como a seqüência de nossa vida. Porém, a cada instante, podemos introduzir uma nova ação nessa trilha, o que modificará aquele instante, introduzindo nele um novo elemento e, de certa forma, modificando toda a trilha. 

Se o instante não for mudado, se passarmos por ele de forma sonolenta ou agindo por condicionamento, ele não se modificará, mantendo-se o mesmo padrão de repetição daquele instante para o futuro. Se o instante for modificado por uma nova ação, será definitivamente alterado, passando a ser um novo padrão, que aparecerá no futuro conforme a nova ação introduzida. 

Agora é que vem a revelação mais surpreendente: cada momento contém todos os outros momentos, de uma forma compactada, embora cada instante tenha suas características próprias. 

Assim sendo, a modificação de um único instante da trilha predispõe à modificação de todos os outros. 

Nesse sentido, o determinismo e o livre arbítrio coexistem, uma vez que todos temos de seguir a trilha que construímos no passado com nossas ações. Ao mesmo tempo, podemos mudar a trilha, com novas ações, sem esquecer do fato de que as novas ações, embora de fato modifiquem a trilha, já não são novas ações no momento seguinte ao que são tomadas. 

Elas se incorporam ao padrão modificado, passando a fazer parte dele.

     Um abraço , Juliana Ribeiro e Airane Alves !


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